Unesco propõe ‘infraestrutura verde’ para ampliar acesso à água

As soluções baseadas na natureza podem ter um papel importante na melhoria do abastecimento e na redução do impacto dos desastres naturais. 

Esta foi a conclusão do Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos.

O documento foi lançado durante o 8º Fórum Mundial da Água, que aconteceu em Brasília em 2018. 

Segundo matéria do G1, os autores do documento defendem que reservatórios, canais de irrigação e estações de tratamento de água não sejam os únicos instrumentos de gestão hídrica à disposição. 

A Unesco recomenda a chamada “infraestrutura verde”, as chamadas soluções baseadas na natureza (SbN).

Ou seja, para ampliar a qualidade, quantidade e o acesso a água é essencial aumentar a cobertura vegetal, a recomposição de solos e a proteção das bacias hidrográficas.

Apesar dos benefícios, o relatório aponta que o mecanismo verde ainda é pouco utilizado em comparação com as “tecnologias cinzas”, como barragens e cisternas, por exemplo.

O estudo sugere que deve ser buscado o equilíbrio correto entre a duas infraestruturas.

Um exemplo citado pela pesquisadora brasileira no texto é o programa federal Produtor de Água, que oferece estímulo financeiro a agricultores que adotaram mecanismos de preservação ambiental. Em uso no Distrito Federal, a iniciativa é referência da Unesco de priorização das SbNs.

Experiências em outros países

Como exemplo de “práticas recomendáveis”, o relatório citou políticas aplicadas no estado do Rajastão, na Índia. Em 1986 a região passou por uma das piores secas de sua história.

Nos anos seguintes, uma ONG trabalhou com as comunidades locais para estabelecer estruturas de coleta de água e regenerar solos e florestas na região. 

O resultado foi que houve um aumento de 30% na cobertura florestal, os níveis das águas subterrâneas subiram em alguns metros e a produtividade das terras de cultivo aumentou.

Outro caso citado no texto veio da China. Lá, foi iniciado um projeto chamado Cidade Esponja, para melhorar a disponibilidade de água em aglomerados urbanos. 

A projeção era de que até 2020 deveriam ser construídas 16 cidades-esponjas pelo país asiático.

O objetivo é reciclar 70% da água da chuva por meio de uma maior permeação do solo, por retenção e armazenamento, e pela purificação da água e restauração de zonas úmidas adjacentes.

Custos

Segundo dados do relatório, serão necessários, aproximadamente, US$ 10 trilhões para a infraestrutura de recursos hídricos no mundo até 2030.

Como as SbNs não requerem, necessariamente, aportes financeiros adicionais, os organizadores do estudo dizem esperar, portanto, que as soluções baseadas na natureza contribuam para reduzir esses investimentos por meio de melhor eficiência econômica, ambiental e social

Conteúdo publicado originalmente em: G1

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