A C&A foi fundada em 1841 pelos irmãos holandeses Clemens e August, que deram suas iniciais à marca. Hoje, são mais de 1,8 mil unidades em 24 países da Europa, América Latina e Ásia e, portanto, a companhia está entre as maiores redes de varejo do mundo. Por muito tempo, teve a top model global Gisele Bündchen como embaixadora da marca.
No Brasil, tudo começou em 1976, com a primeira loja no Shopping Ibirapuera, em São Paulo, já com a proposta de oferecer o melhor da moda por preços acessíveis. Atualmente, a C&A possui mais de 280 lojas brasileiras, em 125 cidades e conta com mais de 15 mil colaboradores.
Desde a sua fundação, a companhia vem acumulando títulos e reconhecimentos pelo seu sucesso no setor de varejo mundial. No momento de crise climática, a empresa tem se esforçado para mitigar seus impactos ambientais decorrentes do fast fashion [tradução livre: moda rápida].
Fast fashion: um vilão do clima
O fast fashion é um dos principais emissores de GEE de escopo 1 (direta) e 2 (indireta). Portanto, uma empresa ligada a esse modelo no segmento da moda, tem grandes obstáculos para garantir a sustentabilidade em toda a cadeia de ciclo de vida do seu produto. Em outras palavras, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13, que trata sobre a luta contra a mudança climática global, tem grandes ameaças e dificuldades para vencer nesse cenário.
Segundo o eCycle, as peças desse modelo possuem uma vida útil dez vezes menor que peças de modelo comum, bem como, geram 400% mais emissões de CO2 que as outras. Além disso, a produção de roupas não polui apenas com as emissões, pois “para produzir as fibras têxteis é preciso desmatar, utilizar fertilizantes, agrotóxicos, extrair petróleo e transportar, entre outras formas de poluição.”
A moda e o futuro sustentável
Diante disso, a C&A traz em seu relatório sustentável de 2021 soluções e metas adequadas às normas do Global Report Initiative (GRI) e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030. Todas as iniciativas para reduzir as pegadas de carbono e hídrica estão ligadas com a redução do impacto ambiental e no clima.
Assim, pode-se dizer que a companhia adota uma estratégia sistêmica com enfoque no ODS 13 (Ação contra a mudança global do clima), mas conectadas com outros ODS. Dito isso, conheça algumas das metas e ações que a C&A estabelece até 2030:
- Atuar como líder no setor no uso de matérias-primas sustentáveis, sendo 80% das matérias-primas principais de origem sustentável;
- Promover e incluir os princípios da circularidade em 50% dos produtos na forma como são projetados, produzidos ou reutilizados;
- Reduzir a poluição por plástico e substituir 50% do plástico de uso único por alternativas mais sustentáveis.
Como a C&A mantém o clima?
Enquanto 2030 não chega, a companhia tem se posicionado de forma ativa para executar pautas sustentáveis em prol da luta climática no seu negócio, desde 2015. As ações vão desde energia limpa, logística, trabalho e bem-estar, até árvores, o ambiente e o clima em si. Confira:
- Abastece 71 unidades por meio do mercado livre de energia, em que é possível comprá-la somente de fontes renováveis, entre 2018 e 2021;
- Tem projeto piloto de logística verde com caminhão elétrico, com previsão de operação para setembro de 2021;
- Adotou regime híbrido de trabalho após a pandemia, com dias em escritório e outros em casa, o que reduz a pegada de carbono;
- Construção de duas usinas solares que abastecem 10 lojas no estado do Rio de Janeiro e no Distrito Federal, com previsão de início no primeiro semestre de 2022;
- São os primeiros no Brasil ao adquirir algodão cultivado de acordo com a Better Cotton Initiative (BCI) em 2015 e, hoje isso representa mais de 90% das peças;
- Apoia o desenvolvimento de fornecedores na questão ambiental por meio dos programas “Descarte Zero de Químicos Perigosos”, que também promove redução de uso energético na produção;
- Peças com certificação C2C® no Brasil, que, além de ter algodão BCI, incentiva o uso de energia renovável na produção das peças, promovendo assim a redução de emissões de GEE em 85%;
- Promove projetos piloto de uso de energia solar em três unidades de produção, que resultaram na redução de 4tCO2eq em emissões de GEE, dentro de cinco meses de operação;
- Coleta de peças de roupa, de qualquer marca, nas urnas do “Movimento ReCiclo”, para destinação correta ou início de novos ciclos;
Além das ações acima, a companhia promoveu o Jeans Circular: coleção feita de resíduo pré e pós consumo, que reduz a pegada hídrica da peça e o programa Zero Descarte de Químicos Perigosos, que fez a gestão ambiental e eliminou 90% de substâncias nocivas. Espera-se que a C&A siga com esse ritmo e investindo ainda mais em tecnologia e inovação em prol do meio ambiente.
Palavras-chave: ODS 13, mudança climática; varejo, vestuário, moda, fast fashion, energia limpa, gestão de resíduos, meio ambiente, C&A, iniciativas empresariais.