Como a equidade digital pode impactar na miséria? 

Quando se pensa em reduzir desigualdades, vem à mente: acabar com a fome, moradia digna, saneamento básico, água encanada e acesso às oportunidades de educação, trabalho. Em outras palavras, promover os direitos humanos tornam a vida digna e, portanto, acabam com o estado de miserabilidade.

Por essa e outras razões, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de n. 10, da Agenda 2030 se chama: “redução de desigualdades”. Porque reduzi-las é dar liberdade à pessoa abraçar objetivos para além da sua própria luta de sobrevivência. 

Por exemplo: é possível uma pessoa com renda mensal abaixo de 500 reais optar por alimentos de qualidade, boa nutrição, se vestir, estudar e ainda abraçar a causa climática no seu dia-a-dia? De fato, é uma equação difícil de se fechar. A pessoa nessa situação automaticamente perde a sua liberdade de escolha, porque precisa sobreviver.

Só no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, cerca de 30% da população representava o cenário exemplificado acima. Ou seja, praticamente 18 milhões de brasileiros não têm liberdade de abraçar certas oportunidades, sem ameaçar a sua subsistência.

A iniciativa privada e o impacto positivo 

Assim, para aumentar as oportunidades, o setor público e privado precisam caminhar juntos, “sem deixar ninguém para trás”. Este slogan pertence à Agenda 2030, que disciplina os 17 ODS e suas 169 metas. Com isso, todos os setores e a sociedade possuem diretrizes e indicadores para atuarem de forma sustentável.

É o caso da Hewlett-Packard Company (HP), uma multinacional norte-americana fundada em 1939, que fornece tecnologia da informação, como programas de software e hardware, além de aparelhos eletrônicos. Presente no mundo todo, a HP busca promover ações sustentáveis, seja em prol do planeta ou das sociedades em que impacta com sua atividade.

Assim, de acordo com o último relatório de impacto (2021) disponibilizado pela companhia, pode-se identificar as metas, ações, indicativos e resultados atingidos até o momento em prol de causas, como: ação climática, direitos humanos e equidade digital. Confira a seguir. 

Ação climática e suas metas

Como metas de ação climática, a HP quer, até 2040, a emissão zero de gases de efeito estufa (GEE) de toda a sua cadeia de valor. Para tanto, a companhia entende que precisa ter reduzido 50% nas emissões absolutas até 2030. Em 2021, ela havia reduzido absolutamente 9% desde 2019. 

Diante dos dados, a HP entende que precisa acelerar o passo ao assumir isso em seu relatório. Como ações, a companhia aposta no material reciclado. Até o momento, ela já reduziu em 44% o uso de plástico descartável, comparado a 2018. Bem como, aumentou em 13% o uso de plástico reciclado pós-consumo, desde os seus sistemas internos, quanto no portfólio de produtos de impressão. A companhia almeja chegar a 30%, até 2025.

A HP também apostou em parcerias para promover o desmatamento zero, obter papel certificado de fontes ambientalmente responsáveis e vem investindo em sistemas de reflorestamento. Com isso, desde 2020, a companhia garante que todos os produtos à base de papel da sua marca e produtos são derivados de fontes recicladas ou certificadas.

Cuidar do planeta é o mínimo quando se tem capital e lucro na proporção e porte de uma multinacional. Dessa forma, a HP e muitas empresas compensam o impacto gerado e cuidam do planeta, enquanto grande parcela dele luta pela sobrevivência e segue muitas vezes cerceada de abraçar a ação climática. 

Equidade digital como acesso às oportunidades básicas de sobrevivência

Segundo o CEO da Hewlett-Packard Company, durante o período pandêmico ficou evidente que praticamente 3 bilhões de pessoas não têm acesso aos meios de comunicação digital. Ou seja, praticamente ⅓ da população mundial não tem acesso a todas as oportunidades que o mundo digital pode prover. 

Desde acessar cursos gratuitos, estudar, ler livros, socializar, trabalhar ou pedir por comida, saúde etc. Hoje a maioria da população tem tudo isso, ao menos, na palma da sua mão. Pensando nisso, a HP aposta na equidade digital, atrelada aos direitos humanos, para reduzir as desigualdades.

A nível de direitos humanos, a companhia aposta em trabalhadores capacitados, cultura de inclusão e pertencimento, justiça social, igualdade racial e de gênero. Já a nível de equidade digital, ela promove educação, atua na área da saúde e promove oportunidade econômica. 

Com isso, a HP, ainda em 2021, se comprometeu a acelerar a equidade digital para 150 milhões de pessoas até 2030. Para tanto, a companhia afirma que conta com o apoio de parceiros como Girl Rising, NABU, MIT Solve e Aspen Digital. A aceleração se dá por meio do programa “Digital Equity Accelerator”, lançado em 2022. Conheça a seguir algumas ações realizadas por meio do programa e suas parcerias. 

Metas e indicadores para gerar oportunidades e combater a miséria

A partir do eixo de Direitos Humanos, e com a “Justiça social e igualdade de gênero”, a HP aumentou a diversidade de fornecedores e já gastou mais de US$ 350 milhões com fornecedores pequenos e diversificados, em 2021. Isso representou 4,5% dos seus fornecedores. Em 2022, a HP buscou aumentar para 10%. Aguarda-se novo relatório para acompanhar a métrica.

Mais que isso, com o eixo de Equidade digital, a companhia quer oportunizar educação e geração de renda para as pessoas que não tem acesso. Para tanto, a HP trouxe no relatório os seguintes indicadores, bem como seus respectivos resultados:

  • Indicador: “Viabilizar melhores resultados de aprendizagem para 100 milhões de pessoas até 2025, desde o início de 2015.” Resultado: cerca de 74 milhões de estudantes já se beneficiaram dos programas e soluções educacionais da HP, desde o início de 2015. Só em 2021, foram 24 milhões de beneficiados.
  • Indicador: “Acelerar a equidade digital para 150 milhões de pessoas até 2030, desde o início de 2021.” Resultado: alcance de mais de 4 milhões de pessoas, só em 2021.
  • Indicador: Chegar a 1,5 milhão de usuários inscritos no HP LIFE entre 2016 e 2030.” Resultado: atualmente o programa HP LIFE tem cerca de 533 mil usuários inscritos, desde 2016.
  • Indicador: “Contribuir com 1,5 milhão de horas de trabalho voluntário realizados por funcionários até 2025 (cumulativo desde o início de 2016).” Resultado: já somam-se 692 mil horas de trabalho voluntário, desde 2016.
  • Indicador: “Contribuir com US$ 100 milhões em doações oferecidas pela HP Foundation e pela comunidade de funcionários até 2025 (acumulado desde o início de 2016).” Resultado: desde 2016 foi arrecadado cerca de US$ 73 milhões em doações da HP Foundation e da comunidade.

Vale a pena conferir na íntegra do relatório maiores informações sobre as iniciativas da companhia. Visto que, a partir delas, pode-se compreender como o setor privado tem buscado impactar positivamente as desigualdades. Da mesma forma, é possível se inspirar nas estratégias e até analisar se elas correspondem às expectativas da Agenda 2030.

Palavras-chave: ODS 10, redução de desigualdades, miséria, direitos humanos, educação, ação climática, equidade digital, oportunidades, iniciativas de empresas.

Texto baseado no Relatório de Impacto Sustentável da HP

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