O histórico dilema do acesso à água potável na Amazônia

O dia a dia das populações ribeirinhas da Amazônia é o retrato do dilema de toda a região. Eles moram na maior bacia hidrográfica do mundo mas, de forma contraditória, não têm acesso à água de qualidade.

O Portal Amazônia lembra que os ribeirinhos estão desassistidos e com seus direitos violados. Essa problemática histórica relega essas populações à exclusão social e as coloca em risco permanente de contaminação.

A reportagem destaca relatos de moradores que evidenciam o dilema do acesso à água potável. 

Uma senhora e uma comunidade ribeirinha de Porto Velho afirma que não existe água própria para o consumo onde ela mora. Assim, o marido sai para buscar água por volta das 7 horas da manhã e só retorna às 16 horas.

Caso aconteça um acidente, como uma queda de árvore, o fornecimento de energia elétrica é interrompido por até cinco dias. E a família aproveita para usar a água que descongela do freezer.

Essa é apenas uma das estratégias inventadas pelas famílias para conseguirem consumir uma água menos poluída. As outras são ferver a água, coar com um pano ou colocar hipoclorito de sódio na água. 

O é retirado do próprio rio Madeira, da chuva acumulada ou do descongelamento de um freezer.

Poluição e Risco de Doenças

Mas essas práticas podem trazer riscos de algumas doenças, como cólera, leptospirose e hepatite A. também podem ocorrer diarreias e coceiras nas crianças, enjoo, vômitos, verminoses e feridas na pele.

O motivo é que essa água pode estar contaminada por derivados de petróleo, mercúrio, dejetos humanos e resíduos sólidos lançados ao rio sem nenhum tratamento.

Por sua própria vulnerabilidade social, as famílias não têm como opção comprar água mineral. Os garrafões de 20 litros custam em média de R$ 12,00 a R$ 15,00, valor proibitivo para a maioria dos locais. 

Tal situação afronta artigos da própria Constituição brasileira. O artigo 6º, por exemplo coloca o acesso à água como um dos direitos sociais, ao lado da educação, saúde, trabalho e moradia.

E o artigo 225 afirma que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida.

O texto afirma ser necessário um novo olhar para a Amazônia. Isso traria um sentido de pertencimento e de justiça social hoje ausentes. 

E também ajudaria na definição de campos possíveis de ação nas políticas públicas destinadas às populações ribeirinhas. 

Esse conteúdo foi publicado originalmente em: Portal Amazônia

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