A Vale mantém desde os anos 1950 uma vasta área de Mata Atlântica no Espírito Santo. No local, realiza há décadas um trabalho de reflorestamento e de recuperação de nascentes.
A Reserva Natural Vale (RNV) é uma área de 23 mil hectares localizada em Linhares. Desde 1978 está destinada à conservação e à pesquisa científica. No local, são feitos estudos sobre biodiversidade e há uma importante coleção de plantas, insetos e animais.
Já foram catalogados no local mais de 3 mil espécies vegetais, 1,5 mil espécies de insetos e 103 tipos de mamíferos. A reserva também é o lar de 59 tipos de anfíbios e 66 espécies de répteis.
Restauração de florestas
Desde 2006, a RNV realiza junto aos proprietários rurais da região projetos de recuperação e restauração vegetal.
Os projetos auxiliam na proteção às nascentes e contam com o auxílio de governos, comitês de bacias hidrográficas e de instituições públicas e privadas. As melhorias permitem prever secas e inundações e beneficiam tanto a fauna e a flora como a economia da região.
Para Márcio Santos Ferreira, gerente da reserva, recuperar e proteger nascentes e florestas são atividade primordiais para a regulação do clima.
A produtora rural Tereza Zampirolli é uma das beneficiadas pelos projetos da RNV. Ela participa do Programa de Reflorestamento Rio Pau Atravessado, que ajuda a recuperar a área com sistemas agroflorestais.
Esse programa inclui a inserção de plantas nativas entre as espécies cultivadas pelas famílias de agricultores. Tereza conta que, quando herdou as terras, havia uma plantação de eucaliptos, que foi retirada. Hoje, a família produz cacau, café e bananas.
Os processos de irrigação da cacau, por exemplo, permitiram a inserção de árvores frutíferas, que por sua vez atraíram aves e outros animais como quatis e tamanduás.
Mata do Convento
A Vale também mantém projetos de restauração e recuperação na região da Mata do Convento da Penha, em Vila Velha, na região metropolitana de Vitória.
Esses projetos foram importantes para o reflorestamento do Morro do Convento e do Morro do Moreno. O trabalho começou em 1990, com implantação de mudas de espécies trazidas da Reserva. Foram replantadas inicialmente cerca de 2,5 mil mudas por hectare.
Além da cobertura vegetal, o projeto incluiu o combate a pragas, corte de cipós, coveamento e adubação. Houve ainda um grande trabalho de recolhimento de lixo jogado nas matas e combate a plantas invasoras.
Hoje, a região abriga uma população consideráveis de aves como bem-te-vis, canarinhos da terra, gaviões e corujas. Também aumentaram os números de jiboias e quatis, bem como de raposas.
O conteúdo foi publicado originalmente em: A Gazeta